mai, 30 2025
Quando alguém fala sobre antidepressivos, geralmente imagina remédios carregados de mitos e expectativas. O Celexa, nome comercial do citalopram, é um desses nomes que você provavelmente já ouviu em alguma roda de conversa, seja na faculdade, no trabalho ou até na fila da farmácia. Tem quem tire dúvidas no Google de madrugada, preocupado em entender se é seguro, como funciona, o que pode melhorar na sua vida – e o que pode dar errado. Com a quantidade de gente sofrendo de ansiedade, depressão ou simplesmente correndo atrás de um equilíbrio mental, entender para que serve e como o Celexa atua faz diferença. Afinal, não se trata só de uma caixinha na gaveta, mas de uma ferramenta que pode mudar rotinas, humores e relações.
O Celexa, como um dos principais representantes dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), faz um trabalho silencioso, mas poderoso no cérebro. Muita gente nem imagina, mas esse remédio começou a aparecer na vida dos brasileiros de forma mais intensa no início dos anos 2000, quando a discussão sobre saúde mental começou a romper tabus. O citalopram age aumentando a disponibilidade de serotonina, um neurotransmissor essencial para regular humor, sono, apetite e motivação. Quando a serotonina circula melhor, a pessoa sente menos aquele peso existencial, diminui episódios de tristeza profunda e até controla ataques de pânico. Não é mágica, é química. Médicos preferem o Celexa porque tem menos chance de interação com outros remédios, diferente de outros antidepressivos mais antigos como amitriptilina ou paroxetina.
Se olhar dados recentes publicados pelo Ministério da Saúde, nota-se que o citalopram ocupa a lista dos ISRS mais prescritos no SUS, junto de outros nomes como fluoxetina e sertralina. Em 2024, estudos apontaram que cerca de 15% das receitas de antidepressivos em grandes capitais brasileiras mencionam o Celexa, principalmente entre pessoas de 18 a 50 anos de idade. Uma pesquisa internacional conduzida pelo National Institute of Mental Health, nos Estados Unidos, mostrou que pacientes que usaram citalopram tiveram melhora dos sintomas depressivos em torno de 60% dos casos, o que coloca o remédio como uma aposta segura para quem busca resultados consistentes sem muitos efeitos inesperados.
Talvez você se pergunte: “Mas por que não usar outros remédios?” A resposta está na relação entre efeito, segurança e rapidez. O Celexa tende a causar menos efeitos colaterais relacionados à sexualidade e ao ganho de peso, áreas que preocupam boa parte dos pacientes. Outro ponto: ele quase não interfere em enzimas do fígado que processam outros medicamentos, então quem tem problemas de saúde crônicos, como pressão alta ou diabetes, pode usar sem grandes preocupações, desde que tenha acompanhamento adequado.
É impossível fingir que os efeitos colaterais não existem. Quem nunca sentiu estranheza nos primeiros dias de um antidepressivo não sabe o que é entrar num novo ritmo. No caso do Celexa, os sintomas mais comuns são boca seca, tontura leve, dor de cabeça, sonolência e, às vezes, problemas gastrointestinais como náusea ou diarreia. Boa parte desses sinais aparece nas primeiras semanas e diminui à medida que o cérebro se acostuma com o medicamento.
Olha este dado: em um estudo com 1540 brasileiros adultos publicado pela UNIFESP em 2022, 72% disseram que sentiram algum efeito colateral nas duas primeiras semanas de uso, mas só 9% precisaram suspender o tratamento por esse motivo. Quer dica de especialista? Beba mais água, mantenha refeições leves, evite bebidas alcoólicas e converse com o psiquiatra antes de mudar a dose por conta própria. Tomar Celexa sempre no mesmo horário do dia, geralmente de manhã, ajuda a regular possíveis oscilações do sono e do apetite.
Outro ponto interessante: para muita gente, mexer com serotonina pode dar uma energia a mais, o famoso "up". Só que, se a dose inicial for alta demais, aumenta o risco de ansiedade, insônia ou até agitação. Por isso, os médicos costumam começar com doses pequenas, tipo 10mg, e só depois passam para 20mg ou 40mg, conforme o corpo responde. Pessoal que sente alterações sexuais, como diminuição da libido ou dificuldade para atingir orgasmo, pode relatar isso ao médico – existem alternativas ou complementos para driblar esse tipo de sintoma.
O público-alvo do Celexa é bem amplo, mas nem todo mundo deveria tomar sem pensar duas vezes. Indicação clássica: depressão maior, ansiedade generalizada, ataques de pânico. Pessoas com toque (transtorno obsessivo-compulsivo) também encontram bons resultados. O remédio promete, mas não é a solução mágica para todos. Quem já teve arritmia cardíaca, problema no fígado, ou toma medicamentos que mexem no QT do eletrocardiograma (longo demais, pode dar problemas de ritmo no coração), precisa discutir com um cardiologista antes de começar. Mulheres grávidas ou amamentando também devem redobrar a atenção: embora existam estudos apontando baixo risco durante a gestação, a escolha por outro ISRS pode ser considerada.
Idosos, por exemplo, costumam receber doses menores porque o metabolismo é mais lento. Crianças e adolescentes têm ganho no tratamento do transtorno obsessivo-compulsivo, mas para depressão, a indicação requer avaliação extra criteriosa – é comum monitorar sintomas de automutilação, já que em alguns casos raros antidepressivos podem aumentar pensamentos desse tipo no início do tratamento.
Para quem vai começar a tomar, o segredo é paciência. Os efeitos benéficos demoram entre duas a quatro semanas para dar as caras, e interromper do nada pode piorar tudo: desde sintomas físicos como tontura, formigamento, insônia, até sensação de "choques" pelo corpo. O famoso desmame (redução gradual) é sagrado para evitar problemas. Não caia no erro de achar que, ao se sentir melhor, pode largar de uma hora para outra. Psiquiatras sempre montam um plano junto do paciente para adaptação ou interrupção segura.
Quem já recebeu a receita de Celexa sabe: informação clara ajuda a tomar melhores decisões. Ficar atento ao uso conjunto com álcool, outros antidepressivos, remédios para dor crônica e ansiolíticos evita sustos. O Celexa não mexe tanto no peso quanto outros antidepressivos, mas praticar atividade física, manter rotina de sono e comer alimentos ricos em triptofano (como ovos, banana ou chocolate amargo) potencializa os bons resultados. Aproveite os retornos médicos para tirar dúvidas, sem vergonha de questionar efeitos no corpo e mente.
Falando em efeitos, nunca é exagero olhar estatísticas, porque elas mostram o que esperar:
Efeito Colateral | Frequência (% dos usuários) |
---|---|
Náusea | 21% |
Boca seca | 14% |
Sonolência | 11% |
Diminuição da libido | 10% |
Sudorese | 6% |
Quer outras dicas rápidas? Sempre guarde o medicamento longe do alcance de crianças; não compartilhe seu comprimido com ninguém (o que serve para um pode fazer mal ao outro); se notar sinais como batimentos cardíacos irregulares, falta de ar ou dor torácica ao tomar o celexa, procure atendimento médico imediatamente. E, claro, mantenha a cabeça aberta: o remédio é só uma parte da solução. Terapia, atividades prazerosas e uma rede de apoio fazem tanta diferença quanto a química no cérebro.
O Celexa segue sendo uma das apostas mais sólidas para tratar depressão e ansiedade no Brasil, mas o segredo do sucesso está no acompanhamento médico regular, na honestidade nas conversas e na curiosidade do paciente em aprender sobre si mesmo. Na próxima vez que o assunto aparecer numa conversa, você já vai saber mais do que metade das pessoas por aí.
© 2025. Todos os direitos reservados.